quinta-feira, 23 de julho de 2009

Murphy e a hora do almoço

Quem lê o Não tem Limão há, algum tempo, deve saber que um dos meus blogs favoritos é o ISAC - Isso Só Acontece Comigo. Não só porque as histórias são boas, mas porque é bom saber que existe gente por aí mais azarada que eu.

Acontece que não tem jeito, Murphy é apaixonado por mim, é meu stalker nº 1. E quando ele resolve cismar comigo, basta 1 hora e meia pra que ele consiga arruinar um dia inteiro meu. Tipo hoje.

Tudo começou com meu pai me lembrando que eu precisaria ir ao centro às 11h45 pra resolver umas pendências de plano de saúde. Mas como pro meu pai muito nunca é demais, ele fez questão de me ligar pelo menos umas três vezes pra reforçar. Ok, lá vamos nós enfrentar o inferno.

Tudo já começou errado pelo horário que eu saí da agência: 11h11. Eu falo que esse horário é maldito, mas ninguém acredita em mim. Enfim, fui caminhando lindamente para o ponto, e é óbvio que faltando um quarteirão pra eu chegar o ônibus passou. Tudo bem, eu tinha mais uma opção. Que também demorou pra passar.

Não sei o que rola no centro na hora do almoço, mas parece que todo o calor do mundo se concentra ali, em uns 10 quateirões, incluindo o que eu precisava ir. Desci no ponto errado, andei feito louca no sol, mas enfim, 11h45 lá estava eu no lugar combinado, indo encontrar meu pai e meu irmão.

A mulher começa a chamar os nomes da lista. Nenhuma das pessoas que ela chamava estava ali, mas em momento nenhum ela chamava nossos nomes. Aí eu fui verificar e descobri que estava marcado para o dia 24, e não para o dia 23, como o meu pai havia pensado e fez questão de frizar 32 vezes na minha cabeça. (y)

Claro que ele não assumiu o erro e de quebra tentou transferir a culpa pra mim. Nisso meu sangue subiu, despedi rápido do meu irmão pra não perder a paciência e fui andando em direção à civilzação, descendo aqueles morros horrorosos, repletos de gente feia, suja e suada na Avenida Paraná.

Nessa altura do campeonato eu já estava bem atrasada, e preferi comer no centro pra não demorar mais ainda pra voltar. MC Donalds, here we go.

Mal sabia eu que essa seria a pior decisão do meu dia.

Como eu não como picles, muito menos cebolas, meus pedidos diferenciados sempre demoram. Mas existe uma sutil diferença entre demorar e DEMORAR PRA CARALHO. Que foi o que aconteceu comigo.

Só pra completar, já que tudo estava muito lindo e muito bom, enquanto eu esperava impacientemente, parou uma senhora do meu lado com seus três filhos. Imaginem a minha voz quando eu fico brava e começo a falar estridente assiiiiiiiiiim. Agora multipliquem por 374. Era a voz da tal senhora.

Até aí tudo bem, se ela tivesse chegado lá e feito o pedido e saído fora. Mas Murphy continuava lá. A infeliz NUNCA tinha pisado num MC Donalds na vida, e queria saber de todas as promoções, do que vinha em cada hambúrguer, o preço de tudo e cada uma das surpresas do MC Lanche Feliz. E a cada sílaba pronunciada, aquela voz ecoava no meu cérebro, soando como unhas grandes num quadro negro.

Sem exagero algum, a tortura durou pelo menos 15 minutos. Depois disso o meu pedido chegou? Não, o dela. Eu ainda tive que esperar mais uma eternidade, enquanto a mulher lerda do caixa olhava pra mim com sua cara de lerda e não se movia. Levem a mal não, mas pior que o meu ódio de gente lerda, é o meu ódio de gente lerda COM CARA de lerda.

500 minutos depois, meu pedido chegou, eu embalei pra viagem e saí, em direção ao ponto de ônibus. Que pelo visto devia ter acabado de passar, já que eu levei mais uma boa meia hora esperando o próximo, enquanto tostava no sol.

E assim finaliza mais um lindo dia de almoço na minha vida. E com a plena consciência de que amanhã esse ritual vai se repetir.

Um comentário:

Steiner disse...

Eu ainda não consigo me recordar quando a hora do almoço deixou de ser sagrada.