segunda-feira, 23 de março de 2009

רגשות

Eu procrastinei (como sempre) pra escrever sobre o carnaval, até que eu tomasse algumas decisões e entendesse o andar da carruagem. Mas eu esperei tanto que chegou num ponto que tudo virou meu demais pra poder contar pra alguém.

A verdade é que, num certo dia de 2007, depois de uma briga feia com o Daniel, eu decidi que se eu quisesse realmente ir pra Israel, ele não poderia ser meu único conhecido por lá. Por isso saí à procura de alguém conversável no myspace. Depois de horas e horas fuçando em perfis borings, eu achei um cara muito bonito que me fez ter vontade de continuar vasculhando. E pra minha surpresa, ele não só era bonito, como também tirava fotos como ninguém. E gostava de Opeth. Pronto, tava ali o meu mais novo candidato a israeli chaver. Mandei um email pra ele sem esperanças, e dois dias depois tive resposta.

Desse dia em diante, foram quase dois anos de emails todo dia, de dar nós no fuso horário pra conseguir conversar 5 minutos que fosse, e de construir uma confiança que eu não pude com muita gente daqui. Até que um dia eu recebi uma mensagem "Tou indo pra America do Sul, quero passar em Bh e te ver". E ao contrário do que muita gente imaginava, veio mesmo. Com um sorriso lindo no rosto, muitos presentinhos e um abraço daqueles que a gente não quer desgrudar.

Então num dia do nosso carnaval, enquanto rolava um banho de cerveja, eu enfrentei uma chuva descomunal que mudaria muita coisa. E aí no meio de uma quase hipotermia, de muito abraço apertado pra não congelar, muito ivrit, pulgas italianas, viagens longas, lugares altos, mar bravo, sofá gelado, colo quentinho e outros milhões de coisas que só eu entenderia, foi que eu percebi que eu tava do lado de uma das pessoas mais fodas que já foram inventadas. E dei valor a cada minutinho que nos foi dado.

Mas considerando que Murphy é meu vizinho de porta, e que minha vida não é um filme de romance, é claro que ele tinha que morar em uns 18 continentes de distância. E é claro que eu tinha que ser de um signo de terra, pra não conseguir levar nada sério adiante nas circunstâncias que nos foram oferecidas.

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Aí uma vez alguém muito inteligente me ensinou uma coisa:

É assim que funciona

Você procura dentro de você.
Você pega as coisas de que gosta, e tenta amar as coisas que pegou.
E então você pega todo esse amor que você fez e crava no coração de outro alguém, bombeando o sangue de outro alguém.

E andando de braços dados, você espera não se machucar.
Mas mesmo se isso acontecer, você simplesmente vai fazer tudo novamente.

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Alô 2010, quanto tempo falta pra você chegar mesmo?